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Inclusão na sala de aula e nas quadras do Jifac
Participando pela primeira vez dos Jogos do Instituto Federal do Acre (Jifac), Matheus Neris é um atleta dedicado. Ele está integrando as equipes de futsal, handebol e vôlei do Ifac Campus Xapuri na competição que está ocorrendo em Tarauacá. Matheus é um aluno surdo, que se comunica através da Língua Brasileira de Sinais, Libras. Para isso, ele tem o apoio do tradutor e intérprete de Libras do Ifac, Gabriel Souza.
O estudante tem 17 anos e está no primeiro ano do ensino médio integrado ao curso técnico em Agropecuária. Ele mora em Xapuri e já conhecia Rio Branco e Brasileia, mas nunca tinha estado em Tarauacá.
Apesar da timidez com a equipe da comunicação e do nervosismo diante da câmera, Matheus contou que está gostando da experiência proporcionada pelos jogos.
“Eu vim de Xapuri até Tarauacá para o Jifac. Eu estou gostando muito de conhecer outras pessoas e um novo campus. Me sinto incluído nos times e com a minha delegação”.
Matheus atua como goleiro na equipe de futsal do Campus Xapuri
Para o intérprete de Libras, Gabriel Souza, a experiência do Jifac também está sendo positiva. “É a primeira vez como servidor que estou acompanhando um aluno surdo num evento como o Jifac e pra mim é muito gratificante, a gente se sente valorizado também, é uma mudança de ambiente. A gente está acostumado a estar ali na sala de aula, então é bom tanto pra gente como profissional como para o aluno surdo ter outras vivências. Vejo nos corredores ele tentando se comunicar, e os meninos das outras delegações olhando, perguntando os sinais e eu falo, e isso é muito legal mesmo. O Jifac proporciona essa troca de experiência com pessoas de outras localidades, outras mentalidades, o que é muito bom.”
Professora do Matheus no Campus Xapuri, Alana Chocorosqui conta que além de um atleta habilidoso ele também é muito dedicado nos estudos.
“Eu ministro a disciplina de Agricultura I para a turma dele. Ele é um aluno muito dedicado e esforçado. A gente sempre tem o acompanhamento do intérprete na sala de aula e conseguimos perceber quando o Matheus não entende alguma coisa, então a gente volta e faz a explicação novamente”, elogia.
Com relação à participação nos jogos, a docente que também é diretora de Extensão e Articulação com a Sociedade do Ifac afirma que é uma oportunidade de promover a inclusão do estudante por meio da convivência com outros alunos de forma mais intensa. “Vemos que os meninos começam a aprender um pouco de Libras para conversar com ele”, comenta.
Assista abaixo ao vídeo da entrevista com Matheus e o intérprete, Gabriel Souza.
Imagens: Manassés Carvalho/Dscom