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Campus Rio Branco

Projeto do Ifac produz material para ensino inclusivo de biologia

publicado: 22/11/2021 16h44, última modificação: 22/11/2021 22h24
Modelos foram obtidos a partir da impressora 3D; Também foram produzidos livros voltados a pessoas com deficiência visual e baixa visão
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Incluir as pessoas com deficiência no processo de ensino aprendizagem é uma necessidade na educação. Garantir essa inclusão se torna uma preocupação para muitos professores. Pensando nisso, acadêmicos e docentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, do Instituto Federal do Acre (Ifac) Campus Rio Branco têm realizado um projeto de extensão para a produção de materiais didáticos acessíveis para o ensino de biologia, com foco nas pessoas com deficiência visual e baixa visão.

O projeto “Tecnologia Assistiva e Metodologias Ativas como Perspectiva Inclusiva para Ensino de Genética, Biologia Celular e Molecular” busca apresentar a biologia a partir de uma perspectiva universal, reunindo a Tecnologia Assistiva, o Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) e a construção de modelos didáticos em 3D, dando condições e subsídios para o ensino da matéria. O projeto de extensão é coordenado pelo professor Diego Viana e institucionalizado pela Pró-Reitoria de Extensão no edital n° 02/2020.

A iniciativa tornou possível a produção de peças como conjunto de cariótipo, DNA e cromossomos a partir de impressão 3D, além de dois livros para ensino de biologia e genética que foram impressos em tinta e em braille, e poderão ser usados com alunos do Ifac no ensino médio e superior. O material obtido com a impressora 3D está em processo de finalização, recebendo pintura e legenda em braile. A impressão dos modelos didáticos foi feita no início do mês, no Espaço Ifac de Ciências, com a ajuda do professor Ricardo Pereira. 

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Na oportunidade, a professora Graciele Hoffmann (Biologia), apoiadora do projeto, também recebeu um modelo didático impresso em 3D que será utilizado nas aulas com os alunos do Campus Rio Branco. “Toda equipe do projeto agradece ao professor Ricardo, do Espaço Ifac de Ciências, pelo apoio e dedicação em auxiliar com a impressão dos modelos didáticos confeccionados na impressora 3D. Nossa equipe teve a oportunidade ‘de aprender fazendo’, colocando em prática o conhecimento adquirido na nossa formação.”

Sobre a produção de livros, a aluna Elivânia Costa explicou que o primeiro livro é de biologia celular e molecular e vai acompanhar modelos didáticos confeccionados em 2D, com relevo tátil, feitos com materiais de baixo custo como EVA e areia colorida. O segundo, aborda a tecnologia assistiva na perspectiva do ensino de citogenética e vai acompanhar os modelos produzidos na impressora 3D. Serão duas cópias que vão ficar disponíveis na biblioteca do Campus Rio Branco para os professores de biologia utilizarem em sala de aula.

O papel do professor na inclusão

Segundo a discente voluntária no projeto, Sandia de Souza Ricardo: “o objetivo é proporcionar o conhecimento de Ciências Biológicas a toda a comunidade acadêmica, levando em consideração que é direito de todos ter educação de qualidade. Além disso, buscamos estimular nos educadores uma visão humanizada possibilitando igualdade de oportunidades para que todos avancem no seu conhecimento e alcancem o exercício pleno da cidadania.”

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Também integrante do projeto, a acadêmica Daniela Cristina Aguiar explicou que, apesar de a educação ser um direito de todos, muitas pessoas ainda sofrem com a falta de materiais adaptados para as suas necessidades. “Pensando nestas dificuldades, e com o apoio de alguns professores, desenvolvemos este projeto para auxiliar os alunos no aprendizado de Biologia. Desta forma, a impressão 3D está relacionada com uma aprendizagem ativa, já que nos permite produzir materiais didáticos com diferentes formatos que podem ser utilizados em sala de aula.”

A discente de Licenciatura em Ciências Biológicas, Elivânia Costa, reflete sobre o papel do acadêmico que se prepara para a sala de aula no lugar de professor. “Entender o papel da educação inclusiva nos dias atuais é fundamental para que docentes promovam ela continuamente em suas aulas. Assim, a construção e adaptação de modelos didáticos acessíveis por professores atuantes e em formação, promove a inclusão e ajuda a reduzir a escassez de recursos inclusivos. Esses materiais tornam-se aliados do ensino e aprendizagem.”

Além das alunas mencionadas, o projeto conta com a participação dos discentes Maria Alves de Souza Castro (bolsista) e Jardeson Kennedy de Souza (voluntário).