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Pós-graduação
Ifac realiza aula inaugural da primeira turma do mestrado Profnit
O Instituto Federal do Acre (Ifac) deu início à primeira turma do Programa do Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (Profnit), no Campus Rio Branco. A aula inaugural foi realizada na quarta-feira (12.04), no auditório da unidade, com a presença de professores e estudantes do curso, bem como de gestores do Ifac e de instituições parceiras como a Universidade Federal do Acre (Ufac), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Acre (Sebrae) e a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Acre (Seict).
O Profnit é organizado pelo Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec). Trata-se de um mestrado que opera por meio de uma Rede Nacional formada por pontos focais que são Instituições de Ensino Superior distribuídos em todo o território nacional, sendo o Ifac um dos mais recentes pontos focais do Profnit.
Durante a aula inaugural, o pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do Ifac, Jefferson Diniz, abordou o processo de submissão da proposta para o Ifac receber o mestrado do Profnit, em 2021, e mencionou o apoio do coordenador do Profnit do Instituto Federal de Rondônia (Ifro), Márcio Miranda.
O pró-reitor lembrou que o Ifac é uma instituição que ainda vai completar 13 anos de atividades e que, a esta altura, já oferecer dois mestrados em rede é um motivo de satisfação. Além do Profnit, o Instituto abre vagas, anualmente, para o mestrado profissional em Educação, Profissional e Tecnológica, o ProfEPT, desde 2017.
Segundo a diretora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Ifac, Herika Fernanda Montilha, um dos objetivos do Profnit é “difundir a cultura de propriedade intelectual, que é você proteger o que a gente tem, principalmente de ativos na Amazônia e nosso conhecimento científico, o know-how. O mestrado também foca em transferência de tecnologia, que é mapear o que as instituições estão criando de novo e identificar empresas interessadas na inovação tecnológica.”
Coordenador do Profnit no Ifac, o professor Genildo Ferreira Junior, apontou que um dos desafios colocados com o mestrado é fortalecer os núcleos de tecnologia e inovação no estado e, com isso, promover o desenvolvimento socioeconômico regional.
O vice-reitor da Ufac, Josimar Ferreira, também participou do evento destacando a importância da parceria entre os NITs da universidade e do Ifac, com as outras instituições que atuam no ambiente de inovação no estado. Ferreira salientou o papel dos governos na criação de políticas públicas para atrair investimentos de empresas para o Acre e também defendeu a proteção do conhecimento produzido na Amazônia, tendo em vista o crescente interesse internacional na região.
Além dos gestores mencionados, a mesa de honra da aula inaugural também foi composta pelo diretor-geral do Campus Rio Branco, Paulo Roberto de Souza e pelo secretário de Estado de Ciência e Tecnologia do Acre, Assurbanípal Barbary.
Após os pronunciamentos, o coordenador do Profnit do Ifro, professor Márcio Miranda apresentou uma palestra com o tema “A importância do Profinit para o Desenvolvimento e Inovação Regional”.
Qualificação profissional - Apesar do mestrado do Profnit estar vinculado à área de administração, o curso é interdisciplinar e visa formar profissionais com uma visão empreendedora, capazes de levar soluções inovadoras para seus locais de trabalho, conforme explicou a diretora do NIT/Ifac, Herika Fernanda Montilha. “O foco dele é formar profissionais que vão atuar em instituições de ciência e tecnologia, instituições de ensino como o Ifac e a Ufac, no Sistema S, na indústria ou em organizações não-governamentais.”
Ainda nesse tópico, Montilha apontou para a importância da oferta de mais um mestrado que proporcionará o aumento no número de profissionais qualificados no Acre. “Em 2018, tínhamos 324 mestres no estado inteiro que tem 800 mil habitantes. Quando temos um nível pequeno de pós-graduados significa que o estado tem baixo desenvolvimento tecnológico. Por outro lado, quando temos pessoas altamente qualificadas, temos negócios melhor estruturados, tecnologias mais complexas e um desenvolvimento econômico saudável.”
Proteção do conhecimento – Com relação à propriedade intelectual, a diretora do NIT explicou que esse termo engloba uma gama de ferramentas de proteção como o registro de patentes, programas de computador, novas cultivares que são novas variedades de plantas descobertas, direito autoral e outras.
Pensando nisso e considerando a localização do Acre na Amazônia, região com a maior biodiversidade do mundo, a gestora demonstra a urgência em propagar a cultura da proteção do conhecimento. Segundo Herika Montilha, “Não conhecemos nem 90% da nossa biodiversidade, portanto é preciso proteger o que é nosso para que outros países não continuem vindo e roubando nossa tecnologia, fazendo biopirataria”, alerta.
Ela menciona o famoso episódio do contrabando de sementes de seringueira pelos ingleses no fim do século 19, quando a planta passou a ser cultivada também na Malásia. Esse fato fez com que o Brasil perdesse a hegemonia na produção da borracha, item essencial no desenvolvimento da economia regional no início dos anos 1900. “Hoje a gente poderia ser um dos estados mais desenvolvidos do Brasil em termos de infraestrutura como São Paulo, por exemplo. Perdemos essa hegemonia pela falta da proteção intelectual de um produto que era nosso. Nesse sentido, é preciso aprender a identificar essas oportunidades, precisamos explorar, conhecer e proteger o que é nosso”, concluiu.
Mais informações sobre o mestrado podem ser acessadas no endereço https://profnit.org.br/