Estudantes realizam feira agroecológica no Campus Cruzeiro do Sul

Desde o início do semestre letivo, o Instituto Federal do Acre (Ifac) Campus Cruzeiro do Sul passou a contar com o projeto de ensino Feirinha Agroecológica, com o comércio de produtos plantados e colhidos pelos próprios estudantes da unidade. Entre os produtos disponíveis, há grande variedade de hortaliças e frutas. A feirinha acontece semanalmente, ou de acordo com a disponibilidade de produtos e é sempre um sucesso de vendas entre a comunidade escolar.

A Feirinha Agroecológica é um projeto de ensino que envolve estudantes e servidores dos cursos técnico em Agropecuária e superior em Agroecologia. O projeto faz parte de uma iniciativa maior, o Sistema Integrado de Produção Agroecológica (Sipa) do Campus Cruzeiro do Sul, projeto de pesquisa coordenado pela professora Nardele Campos. No Sipa, plantios diversos vêm sendo implementados em uma área com cerca de dois hectares que fica próximo do estacionamento do Ifac. Os produtos da feirinha são oriundos do trabalho desenvolvido no Sipa Campus Cruzeiro do Sul.

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Segundo a professora Nardele, um dos objetivos da feirinha é dar um destino para o que é produzido na área do Sipa. Parte da produção é distribuída entre a equipe do projeto, o que ajuda a promover a segurança alimentar e nutricional dos estudantes e seus familiares. O excedente da produção é comercializado na feirinha e os recursos das vendas são geridos pelos próprios estudantes e utilizados para o planejamento e manutenção do projeto Sipa. A coordenadora do projeto conta ainda que os estudantes fizeram capacitações para aprender a trabalhar com planilhas e compreender todo o processo, desde o planejamento até a produção e a venda dos produtos.

A lista de produtos comercializados na feirinha é longa: rúcula, cebolinha, coentro, espinafre, bertalha, ora-pro-nóbis, erva cidreira, capim-limão, couve folha, manjericão verde, pepino, abobrinha verde, cenoura, milho verde, quiabo, beterraba, jerimum, maxixe, berinjela, pimenta de cheiro, abacaxi, mamão, feijão, batata doce, cúrcuma, melancia, maracujá, além de diversas erva medicinais.

Teoria e prática! - Outro fator relevante, tanto no projeto da feirinha como no Sipa, é a possibilidade de unir teoria com a prática, já que as ações permitem que os estudantes vivenciem a prática profissional nos sistemas orgânicos de produção a partir dos princípios da Agroecologia. Os alunos vinculados ao projeto atuam como estagiários voluntários, onde participam das atividades pelo período contínuo de seis meses com acompanhamento dos servidores que compõem a equipe do projeto.

Um dos 44 estagiários do projeto, Ruan Bryan, do 1º ano do ensino médio integrado ao técnico em Agropecuária conta que já aprendeu bastante. “Para mim está sendo uma honra participar, pois está me ensinando mais um pouco sobre o curso que estou fazendo. Fazemos de tudo, plantio de mudas, irrigação da área, manuseamos o esterco e vendemos os produtos que nossa horta oferece. Isso tudo aprendi no Ifac.” 

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Receptividade - Entre os clientes da Feirinha Agroecológica está a professora Suelen Teles que chama a atenção para a diversidade de produtos disponíveis. “Sou encantada com o projeto. O que acho mais fantástico é que não trabalham só com produtos conhecidos, mas produzem folhas que eu nem conhecia e outras que nem sabia que eram comestíveis como o espinafre da Amazônia, que conhecemos popularmente como orelha de gato. E o ora pro nobis? O povo industrializou a planta e nós temos aqui in natura e totalmente orgânica. E a bertalha? Que fica divina com ovos, refogada, crua na salada com tomate seco, na omelete, na panqueca. São várias opções gastronômicas!”

Além do incentivo ao consumo de produtos orgânicos, a coordenadora do projeto de ensino destaca também as Plantas Alimentícias não Convencionais, conhecidas como PANCs. “Uma das questões que tem me deixado muito feliz também é o consumo de hortaliças não convencionais, as chamadas PANCs. As pessoas não as conheciam, mas plantei, estimulo o consumo oferecendo e dando dicas de como prepará-las, e está sendo um sucesso. Temos cultivado na área o inhame chinês, também conhecido por taro, ora pro nobis, bertalha, espinafre da Amazônia e também a taioba”, conta a professora Nardele.

A feirinha vem ganhando o coração da comunidade escolar. Servidores, terceirizados e os demais alunos chegam a fazer listas com produtos para encomendar. No dia de feira, além de adquirir os alimentos orgânicos, as pessoas recebem dicas de preparo e conhecem mais sobre os benefícios do produto, como elogia a professora Suelen. “O mais interessante da feirinha é que você não compra apenas produtos orgânicos cultivados por nossos alunos, você aprende com eles dicas de culinárias e os benefícios dos produtos. Também dá para observar a motivação da equipe, o espírito empreendedor. Acho uma iniciativa muito admirável.”

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