Campus Tarauacá tem projeto aprovado em programa nacional sobre antirracismo

O projeto de extensão do campus Tarauacá, do Instituto Federal do Acre (Ifac), “Divulgação da história e dos direitos da população afro-brasileira e dos povos indígenas na Amazônia Brasileira-Acreana: uma experiência em Tarauacá/Acre” está entre as ações aprovadas no edital nacional do Programa “Redes antirracistas de ensino, pesquisa e extensão”, desenvolvido pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) e o Instituto Federal de Brasília (IFB).

A proposta, que foi submetida pelo docente Tayson Ribeiro Teles, foi a única selecionada do Acre e também entre os mais de 30 Instituto Federais do país que concorreram à seletiva. “Esse é um programa muito relevante esse. Como filho de mãe negra, neto de descendentes diretos de indígenas peruanos e pessoas negras/pardas, é uma honra participar de um projeto nacional tão importante sobre negros, indígenas e o combate a racismos e preconceitos”.

Conforme explica Tayson Teles, com a aprovação do projeto também será possível fortalecer as ações desenvolvida pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígena (Neabi) do campus Tarauacá, além de fomentar a prática extensionista entre estudantes da unidade. “A equipe de execução do projeto também conta com a participação de dois estudantes bolsistas negros: Eldo Borges da Silva Neto, que é do 3º ano do curso técnico integrado em Administração, e Antônio Jairo Lima da Silva, discente do curso superior de Tecnologia em Gestão do Agronegócio”.

O projeto de extensão, que será desenvolvido no município de Tarauacá ao longo de um ano, contará com atividades que irão proporcionar debates e a valorização das culturas negras e indígenas locais.

“Vamos realizar palestras mensais em escolas do município de Tarauacá, envolvendo temáticas sobre direitos humanos, crimes de preconceito racial e a importância das culturas negras e indígenas, por exemplo. A ideia é que nossos bolsistas sejam protagonistas destas atividades, ministrando essas palestras. Também serão desenvolvidas pesquisas documentais e de campo, que resultarão na publicação de artigos científicos sobre a história e o contexto atual da população negra de Tarauacá, como também sobre as comunidades indígenas presentes no município”, explicou Tayson Teles.

Ainda de acordo com o professor, o projeto de extensão contemplará reuniões com órgãos e associações locais, com foco em fomentar discussões sobre a temática antirracista, além de serem desenvolvidos dois eventos no campus Tarauacá: Abril Indígena e Novembro da Negritude.

“O projeto é uma semente que ajudará o Neabi do campus Tarauacá de forma que no futuro, quando muitos de nós (servidores) não estivermos mais na unidade, haja uma constância de realização de projetos, pesquisas e eventos ao longo do ano e não apenas nos meses de abril ou novembro, por exemplo. Temas raciais e indígenas precisam ser debatidos todos os dias, de forma transversal e transdisciplinar”, destacou o professor.

Para o diretor-geral do campus Tarauacá, Denis Tomio, ter o projeto contemplado em um edital nacional é motivo de orgulho para toda instituição. “Estamos muito felizes e orgulhosos com essa aprovação. Parabéns a todos que integram a equipe e que compreenderam a importância de vislumbrar novos recursos para ações educacionais. São ações como esta que contribuem para que a instituição cumpra seu papel no ensino, na pesquisa e na extensão, aproximando cada vez mais as pessoas de uma educação gratuita, de qualidade e inclusiva”.