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Diretora da Edifac apresenta documentário sobre memórias das mulheres lavadeiras
Desde o dia 19 de junho, a editora-chefe da Editora Ifac (Edifac), Kelen Gleysse, iniciou a circulação de sua mais recente produção, o documentário “Memórias de Mulheres Lavadeiras” produzido por meio do Edital nº 17/2022, da Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal do Acre (Ifac), na área de curta-metragem.
As próximas exibições serão no Museu dos Povos Acreanos, nos dias 28 (sexta-feira) e 30 (domingo), às 16h30. O projeto de extensão contou com o apoio da bolsista Lídia Xavier, do curso de Licenciatura em Biologia, e da coordenadora de Arte e Cultura da Proex/Ifac, Mariete Buriti.
A circulação do curta-metragem documentário foi possível através de projeto aprovado no Fundo Municipal de Cultura 2023, com recurso disponibilizado pela Prefeitura de Rio Branco, via Fundação Garibaldi Brasil (FGB). O projeto conta com o apoio da Associação Acreana de Cinema (Asacine) e do Instituto Federal do Acre (Ifac).
De acordo com Kelen Gleysse, que é historiadora e diretora de cinema, o documentário valoriza e reconhece o papel central que as mulheres exercem na construção das identidades acreanas, mesmo que muitas vezes “invisibilizadas” pela sociedade e pelos registros históricos. “Eu busquei buscou trazer à tona um dos fazeres e saberes tradicionais praticados pelas mulheres acreanas: o ofício de lavadeira”, diz Kelen.
O documentário mostra que a atividade tradicional de lavadeira ainda é responsável pelo sustento de muitas famílias acreanas e que muitas mulheres, ainda hoje, trabalham e ganham sua vida lavando roupas “para fora”, como se diz popularmente. “Iniciei uma pesquisa acerca desta temática e a ideia foi investigar como este ofício ainda se mantém nos dias de hoje. Quem são essas mulheres? Como sobrevivem? Quais os traços culturais desse fazer que ainda resistem com o passar do tempo? Quais são os seus anseios? Tais perguntas nortearam a produção do documentário”.
Kelen Gleysse tem uma vasta produção cultural, dentre as quais se destacam livros de sucesso, como “Nas fronteiras da terra prometida”, “A menina que cansou de esperar”, e mais recentemente “Sentença”. Há alguns anos se lançou no universo do audiovisual, por meio do roteiro e da dublagem do curta de animação “Aegypti: a mosquita da floresta”, produzido pelo cineasta Enilson Amorim de Lima, em 2012.
Documentário - Sua mais recente produção cinematográfica, o documentário “Memórias de Mulheres Lavadeiras” tem 21 minutos de duração, e conta com depoimentos de três mulheres lavadeiras. O documentário estreou no III FestCine Mulher, realizado em 2023, pela Associação Acreana de Cinema (Asacine).
“O trabalho da Kelen Gleysse foi uma grata surpresa do III FestCine Mulher. Um material rico, de valor histórico, que traz essa discussão de reconhecimento do Patrimônio Cultural Imaterial acreano. A iniciativa da Kelen, de exibir e promover a discussão nas escolas e em espaços de memórias, é uma forma de popularizar e democratizar a produção cinematográfica local, que é um dos focos da Asacine”, explica Enilson Amorim, presidente da associação.
Após a estreia, a ideia da diretora Kelen Gleysse foi circular com o filme, iniciando pelas escolas públicas. O objetivo é contribuir com a valorização e difusão das memórias e identidades das mulheres lavadeiras dos municípios do Acre, sujeitos sociais que fazem parte da cultura popular local, com foco em suas trajetórias históricas e em sua atuação nos dias atuais.
Filiada à Asacine, Kelen tem participado de todos os festivais realizados pela entidade nos últimos anos. Com recursos da Lei Paulo Gustavo, Kelen já prepara seu mais novo curta-metragem, “Amor Bandido”, que aborda as mulheres privadas de liberdade.
(Com informações e fotos de Kelen Gleysse)