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Docentes do Ifac participam de capacitação em Bioeconomia
Nos dias 23 e 24 de outubro, foi realizada a etapa presencial da capacitação de docentes, instrutores e profissionais da educação profissional, com representantes da Rede Federal, Redes Estaduais e do Sistema S, incluindo o SENAI no curso que teve como foco aprimorar o entendimento e a prática da bioeconomia nas cadeias de valor da sociobiodiversidade da Amazônia Legal.
As visitas técnicas da capacitação foram projetadas para proporcionar uma compreensão abrangente dos processos de regularização sanitária em agroindústrias da agricultura familiar e de ambientação agroindustrial. Com ênfase nas cadeias de valor de produtos como pescados, castanhas, bebidas e derivados de mandioca, os participantes puderam entender melhor a organização, funcionamento e requisitos sanitários para esses produtos, além de observar os impactos regulatórios para os pequenos empreendimentos da agricultura familiar.
Primeiro Dia: Visitas em Castanhal/PA
No primeiro dia de visitas, a cidade de Castanhal foi destino inicial, onde o grupo visitou um produtor associado a uma cooperativa, seguido de uma visita à sede da COAFRA (Cooperativa Agroindustrial Frutos da Amazônia). Na sequência, foi realizada uma visita à empresa Xingu Fruit, especializada na produção de polpas de frutas, especialmente açaí. A Xingu Fruit se destaca por ter um modelo de gestão empresarial e por priorizar mercados externos, exportando para diversos países, o que diferencia a empresa das outras cooperativas visitadas.
Durante essas visitas, os participantes acompanharam a produção de farinha de mandioca, que segue as normas da AdePará (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará), e a produção de polpa de açaí voltada para exportação, observando as normas e requisitos sanitários que essas agroindústrias precisam cumprir.
Segundo Dia: Visitas em Abaetetuba/PA
No segundo dia, a visita foi direcionada à COFRUTA, em Abaetetuba, uma cooperativa que realiza o beneficiamento de polpas de frutas e a extração de sementes de oleaginosas. A COFRUTA também possui uma usina de energia fotovoltaica, que sustenta suas operações de produção de polpas e óleos. Durante essa visita, os participantes tiveram a oportunidade de observar o processo completo de beneficiamento dos produtos, bem como compreender a gestão cooperativa, seu funcionamento e evolução até o cenário atual.
Essas visitas técnicas trouxeram uma perspectiva prática sobre o funcionamento das agroindústrias, as instalações, o fluxo de produção e os aspectos essenciais para a legalização das atividades. Além disso, permitiram reflexões sobre como esses processos podem ser aplicados e incentivados em outras regiões, como o Acre.
Depoimentos dos Participantes
Para a professora Graciele Simoneti Hoffmann, “a observação do funcionamento das cooperativas permitiu uma compreensão mais profunda sobre o valor da organização e do apoio aos pequenos agricultores, essencial para fortalecer a produção local no Acre. Esse aprendizado será compartilhado com os alunos e colegas do Instituto Federal do Acre, promovendo uma cultura de qualidade e sustentabilidade nas agroindústrias locais.”
O Professor Mário Sérgio Pedroza Lobão destacou a relevância da imersão e aprendizado ao longo da capacitação: "Foram dias de intensa aprendizagem que nos permitiram observar todo o processamento e beneficiamento dos produtos da bioeconomia amazônica, desde os tradicionais, como a mandioca, até produtos menos comuns no Acre, como amêndoas de murumuru e tucumã. Entendemos a importância da agroindustrialização de produtos familiares e o impacto de cooperativas para fortalecer o mercado de pequenos produtores. Esse aprendizado será fundamental para desenvolvermos, no Acre, projetos de pesquisa e extensão voltados para a agroindustrialização e valorização da bioeconomia, especialmente com o apoio de financiamento externo, por meio do IFAC.”
Impacto da Capacitação - Essa capacitação evidenciou o valor da bioeconomia e da agricultura familiar para a sustentabilidade e a competitividade dos produtos da Amazônia Legal. A experiência prática proporcionou aos participantes ferramentas e ideias que podem ser aplicadas em suas regiões de origem, como o Acre, promovendo uma educação profissional que valoriza a sustentabilidade, a qualidade e a inovação na produção de itens regionais, com foco na inclusão e no desenvolvimento social e econômico.