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Campus Rio Branco
Estudantes do ensino médio participam de aula de campo em Xapuri
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Estudantes do ensino médio integrado ao técnico em Redes de Computadores, do Ifac Campus Rio Branco, participaram de uma aula de campo no município de Xapuri, no mês de janeiro. A atividade extraclasse abordou temas das disciplinas de história, biologia e matemática associadas às questões sociais, culturais, políticas e históricas da cidade, como a luta dos seringueiros.
A turma de alunos foi acompanhada das professoras Alcilene Alves, de história e Cristiane Ferreira de matemática e do professor de biologia, Luciano Negreiros.
Durante a aula, os estudantes puderam conhecer melhor a história acreana e as perspectivas dos extrativistas sobre o futuro destes trabalhadores através de uma conversa com seus representantes, entre eles o senhor Sebastião Aquino, presidente da Cooperativa Xapuri (Cooperxapuri). Em visita ao local, os alunos puderam conhecer as atividades desenvolvidas pela cooperativa de extrativista que produz principalmente borracha e castanha.
O grupo também fez uma visita guiada ao Museu da Casa Branca, antigo local associado à independência boliviana, que atualmente preserva a história dos seringueiros e seringais da região.
Além disso, a aula de campo foi na mesma época do novenário de São Sebastião, quando foi celebrada a festa centenária em homenagem ao padroeiro do município de Xapuri. Por isso, a cidade estava movimentada com a chegada de pessoas dos seringais, fazendas locais, bem como de outros municípios como Brasileia, Epitaciolândia e Capixaba e, ainda, visitantes da fronteira do Peru e Bolívia.
Neste sentido, os alunos participaram de uma discussão sobre a festa de São Sebastião durante visita à Igreja que leva o nome do santo.
História - Entre as atividades, os alunos entrevistaram o presidente da Cooperxapuri, Sebastião Aquino, que explicou o trabalho na reserva Chico Mendes, as conquistas , dificuldades e lutas para manter a renda dos extrativistas e ainda ressaltou os aspectos da organização política e econômica e como funciona a saúde e a educação dentro da resex.
Para Tião, “O desafio maior do extrativismo é a diversificação da produção, pois tanto a castanha como a borracha são produtos que tem uma periodicidade, são por safra, necessitando de maior periodicidade quanto a produção para aumentar a renda. Uma possibilidade vem sendo discutida com a implantação dos sistemas agroflorestais”.
Sobre a borracha, o presidente da Cooperativa explicou que a borracha para os extrativistas de Xapuri passou por quatro ciclos. O primeiro foi no final do século XIX. O segundo na época da segunda guerra, conhecido como a batalha da borracha. O terceiro foi com a fábrica de preservativos, inaugurada nos anos 2000 e que foi desativada na pandemia. No quarto ciclo, atualmente, os extrativistas,por meio da cooperativa, vendem a borracha para a multinacional VEJA, que fabrica sapatos e tem sede em Novo Hamburgo, RS.
Relatos de experiências - “A experiência de trabalho de campo permite visualizar concretamente a realidade e as dificuldades dos trabalhadores, suas lutas e reivindicações. Os alunos observam e apreendem a história como sujeitos sociais e também verificam o conhecimento de forma interdisciplinar e não compartimentado. Xapuri nos proporciona a compreensão das diferenças sociais, interculturais e políticas das contradições do desenvolvimento acreano. Contradições entre os extrativistas e o agronegócio, bem como referentes à fronteira”, salientou a professora Alcilene Alves.
Para a professora Cristiane Ferreira “a visita proporcionou um maior interesse e envolvimento dos alunos, uma vez que envolve aprendizagem concreta. A história de vida dos seringalistas e extrativistas trouxe uma visão real do modo de vida. Tião Aquino, falou da produção local, em especial da castanha e borracha, que já saem com destino certo para multinacionais. Foi uma experiência enriquecedora”, pontuou.
Brady Melendez, aluno do 2º ano de Redes de Computadores afirmou que ficou muito impressionado com a cidade de Xapuri e com a festa de São Sebastião. “Encontrei até pessoas do Peru que conheciam meu pai que é peruano, nunca imaginei que encontraria”, comentou.
Com informações e fotos do Campus Rio Branco