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Campus Rio Branco

Docente do Ifac participa de pesquisa sobre novos valores de referência de biomarcador de saúde

publicado: 07/01/2025 11h07, última modificação: 07/01/2025 11h23
A pesquisa internacional, que está publicada na revista científica The Journal of Sport and Health Science, destaca como o teste de força de preensão manual é um indicador confiável para doenças e incapacidades relacionadas à idade
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O professor do Instituto Federal do Acre (Ifac), Cledir Amaral, é um dos autores que integra a equipe que criou normas internacionais mais amplas e abrangentes geograficamente para a chamada força de preensão manual. O estudo inovador, que foi liderado pela Universidade da Austrália do Sul (UniSA), conta ainda com a participação de outros duas brasileiras: Thatiana Amaral, da Universidade Federal do Acre (Ufac), e Margareth Portela, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz).

Publicado na revista científica The Journal of Sport and Health Science, o estudo foi desenvolvido por uma equipe com 140 autores de todo o mundo, sendo liderado por Grant Tomkinson, da UniSA. A pesquisa foi baseado em 100 estudos observacionais exclusivos, representando 2,4 milhões de adultos com idades entre 20 e mais de 100 anos, de 69 países (abrangendo seis dos sete continentes, 17 das 22 sub-regiões geográficas da ONU e 71% da população mundial). Com os novos valores referenciais é possível realizar comparações globais, triagens de saúde e monitoramento ao longo da vida adulta.

O artigo International norms for adult handgrip strength: A systematic review of data on 2.4 million adults aged 20 to 100+ years from 69 countries and regions está disponível no link https://doi.org/10.1016/j.jshs.2024.101014

Está é a primeira vez que valores de referência para a força de preensão manual são relatados, considerando diferentes faixas etárias e sexos em nível internacional. A força de preensão manual, ou força isométrica, conforme explica o professor do Ifac, é medida com um dinamômetro de preensão manual, que a pessoa segura e aperta para registrar a força máxima que consegue gerar em alguns segundos. Assim, uma pessoa com baixa força de preensão, ou baixa força muscular, tem maior risco de morte por todas as causas e doenças cardiovasculares, além de uma maior incidência de incapacidade física.

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Além disso, o novo estudo estabeleceu um sistema de percentis para classificar a força. Adultos abaixo do 20º percentil são considerados de "baixa" força; aqueles entre o 20º e o 39º percentis têm "força um pouco baixa"; os entre o 40º e o 59º percentis apresentam "força moderada"; os entre o 60º e o 79º percentis têm "força um pouco alta"; e aqueles no 80º percentil ou acima possuem "alta" força. Os valores de referência podem ser usados para monitorar o envelhecimento saudável, examinando mudanças na força ao longo do tempo.

Com as novas normas será possível padronizar os resultados de testes de força de preensão para comparações entre e dentro de países, identificar tendências ao longo do tempo, monitorar melhorias e avaliar a eficácia de políticas públicas de saúde implementadas. Elas também facilitarão feedback individual, orientações e intervenções de saúde para pessoas em risco.

Cledir Amaral, que é docente de Educação Física no Instituto Federal do Acre, realiza pesquisas sobre a força de preensão manual e saúde desde seu mestrado, onde identificou a associação da medida com doenças crônicas e incapacidades. Já em sua pesquisa doutoral, o professor do Ifac defendeu a força de preensão manual com um poderoso biomarcador de saúde atual e futuro, o que lhe rendeu a publicação de dois importantes artigos em revistas internacionais.

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“No artigo da tese publicado na revista PLoS ONE, estabelecemos valores de referência para a força de preensão manual da população da capital do Acre. Com base nesse trabalho, recebi um convite do professor Tomkinson para integrar o grupo internacional de força de preensão manual, o iGrips. Este ambicioso projeto culminou na publicação do artigo com valores internacionais da força de preensão”, explicou Cledir Amaral.

Ainda de acordo com o professor do Ifac, a participação no estudo internacional reflete um importante momento de sua carreira profissional. “É um importante momento na minha carreira enquanto pesquisador fazer parte de um estudo tão abrangente. É a coroação de todo o trabalho de pesquisa realizado durante o mestrado e doutorado, além de ser uma importante contribuição para o campo da saúde coletiva. Estamos felizes e honrados em representar nossas instituições e o Brasil nesta colaboração internacional”.

O docente do Ifac ainda conta com outros dois artigos científicos publicados recentemente, que são resultado de sua pesquisa pós-doutorado em colaboração com pesquisadores internacionais: 

Protocol for an ambidirectional cohort study on long COVID and the healthcare needs, use and barriers to access health services in a large city in Southeast Brazil (https://doi.org/10.1136/bmjopen-2024-086656); 

Promoting equity, diversity, and inclusion in surveys: insights from a patient-engaged study to assess long COVID health-care needs in Brazil (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38880435/);

Informações: Cledir Amaral/Campus Rio Branco